A expectativa de vida da população brasileira está crescendo a cada ano e as mulheres superam os homens vivendo ainda mais. O envelhecimento populacional tem aumentado a incidência e prevalência das doenças nas quais a idade é considerada um fator de risco. Entre essas patologias a incontinência urinária (IU) merece destaque.
Estima-se que quase metade das mulheres brasileiras com mais de 40 anos sofram de algum tipo de incontinência urinária tornando-a um grande problema de saúde pública e importante fator de isolamento social.
Um grande estudo epidemiológico realizado em cinco capitais brasileiras evidenciou uma epidemia de incontinência urinária.
Para entender o tamanho do problema, vamos elencar os principais tipos de incontinência urinária. Caracterizado pela necessidade urgente de urinar com perda de xixi antes da chegada ao banheiro, a bexiga hiperativa resulta da contração involuntária do músculo de bexiga.
Porém, a incontinência de esforço, aquela que acontece ao tossir, espirrar ou levantar peso é a mais comum e é causada, normalmente, por uma deficiência no músculo que contrai a uretra, canal por onde sai a urina.
O surpreendente disso tudo é a quantidade de mulheres que procuram o médico para se tratar: 30% segundo o estudo já citado. Um dado alarmante para uma doença com tratamento tão consagrado e eficaz que abala drasticamente a qualidade de vida.
Os principais fatores de risco associados a IU são a menopausa, a idade, a hereditariedade, o tabagismo, a gravidez, o parto vaginal, o número de partos, a obesidade, constipação intestinal e algumas doenças que provocam tosse crônica. Algumas profissões como lavadeira, agricultora e atividades físicas com peso abdominal excessivo também são bastante citadas na literatura
O comprometimento físico, as limitações trazidas por ele somados ao isolamento social e alterações psicossociais interferem consideravelmente na vida dessas mulheres que devem entender esta condição como uma doença e não como resultado do processo de envelhecimento.
O tratamento existe e ele deve ser procurado tão logo o sintoma seja percebido. Dependendo do tipo de incontinência urinária e da gravidade do sintoma inúmeras opções podem ser oferecidas que variam do tratamento medicamentoso, fisioterápico e cirúrgico.
A resposta aos tratamentos depende do diagnóstico e indicação corretos por parte do médico, da adesão do paciente, do resultado cirúrgico, fisioterápico ou medicamentoso dependendo da escolha e também do seguimento pós tratamento por parte do médico e principalmente do paciente.
Um profissional especializado estará apto a oferecer o melhor tratamento para cada caso aumentando a taxa de sucesso que gira em torno de 86% a 99% nos casos cirúrgicos, por exemplo. O fato é: perder xixi não é normal.