A escolha do método contraceptivo é bastante complexa e por isso deve ser sempre realizada no consultório após consulta médica com profissional habilitado incluindo a história clínica e o exame físico, no mínimo. Segundo o relatório publicado pelo Departamento da ONU para Assuntos Econômicos e Sociais, atualmente no Brasil, mais de 80% das mulheres sexualmente ativas utilizam algum método contraceptivo.
Além da contracepção, muitas mulheres buscam benefícios adicionais ao anticoncepcional como, por exemplo, a duração e a comodidade da não lembrança diária evitando assim esquecimentos e uma gestação não planejada.
Entre as opções disponíveis no mercado brasileiro, o dispositivo intrauterino medicamentoso ou sistema intra-uterino liberador de 20 μg/dia de levonorgestrel (SIU-LNG, Mirena®) vem ganhando inúmeras adeptas.
Trata-se de um dispositivo em forma de T revestido com o hormônio progesterona de longa duração – 5 anos, de alta eficácia, associado a taxas de gravidez que variaram de 0 a 0,6 mulheres/ano.
A colocação deve ser realizada no consultório ou em hospital, caso seja necessária anestesia, pelo médico ginecologista capacitado e normalmente é bem tolerada e não impede a mulher de fazer suas atividades habituais.
A quantidade de progesterona liberada pelo SIU é muito baixa e fica praticamente restrita ao útero, havendo mínima absorção para a circulação sanguínea. Sendo assim, as mulheres com contraindicação ao uso de estrogênio podem utilizá-lo como, por exemplo, as portadoras de enxaqueca, as com história de trombose no passado ou as puérperas.
Um grande benefício do método citado em inúmeros estudos científicos é a não interferência nas relações sexuais, nem na libido nem no orgasmo e, ainda, o retorno rápido da fertilidade – até 75% de gravidez após um ano de retirada do DIU.
Atualmente, ele também está indicado nas mulheres portadoras de endometriose, fluxo menstrual intenso, cólica menstrual, adenomiose e na prevenção de alterações endometriais nas pacientes menopausadas. Isso porque, grande parte das usuárias ou fica sem menstruar ou diminui consideravelmente o fluxo menstrual durante os anos de uso.
A principal causa de abandono do método é justamente o sangramento prolongado nas pacientes que seguem sangrando após colocação do SIU e está presente em até 20% das usuárias, segundo o próprio fabricante do dispositivo.
Não esqueçam, os métodos contraceptivos previnem apenas uma gestação indesejada, porém, não evitam as doenças sexualmente transmissíveis.