Uma nova classificação em relação a incontinência urinária começa a surgir na literatura e já ganha uma grande importância nos congressos na área a Uroginecologia.
Essa parte da Medicina que cuida da função pélvica feminina trata entre outros problemas os urinários, sem esquecer de sua íntima relação com os outros órgãos pélvicos como, vagina, útero, reto e região perineal.
Toda perda involuntária de urina é classificada como incontinência urinária e aquelas relacionada ao esforço é a mais prevalente.
É neste contexto que surge a incontinência associada a atividade física e muitas vezes, essa é a única queixa de perda urinária da mulher – durante a prática do exercício.
Os estudos são bastante atuais e ainda divergentes sobre a prevalência que chega a 40% em alguns deles. O fato interessante é que nesses estudos mulheres jovens e fisicamente ativas compartilham desse problema e muitas vezes interrompem a prática da atividade física.
As mulheres atletas de alta performance e que praticam atividades de alto impacto parecem ser as mais afetadas com importante alteração do assoalho pélvico fundamental na continência e suporte das estruturas pélvicas como útero, bexiga e o reto.
Estima-se que as atividades com impacto dos pés ao solo possibilitam uma força máxima de reação que múltipla em até 16 vezes o peso corporal. Impacto este transmitido aos músculos do assoalho pélvico através do aumento da pressão intra-abdominal que corroboram com a queixa. Logo, as atividades físicas de grande impacto e repetições como crossfit, jump, corrida, saltos são as mais preocupantes.
Muitas dessas mulheres restringem a queixa apenas a atividade física, mas, isso aumenta o risco de desenvolver incontinência urinária no futuro. Portanto, uma boa avaliação e indicação de um tratamento adequado tenta combater não só a incontinência urinária na prática de atividade física, mas também ao longo da vida já que a idade, a menopausa, a paridade a obesidade são, sabidamente, fatores de risco para incontinência urinária na mulher com prevalência superior a 60% após os 50 anos.
Algumas dicas como urinar antes e durante o treino, fazer atividade física supervisionada, procurar atendimento médico especializado ao notar o sintoma e associar fisioterapia pélvica podem ser cruciais para a prática de atividade física sem afetar a efetividade e o objetivo do treino, seja ele recreativo ou profissional.
INCONTINÊNCIA URINÁRIA NA MULHER ATLETA