O aumento da expectativa de vida da população brasileira notadamente maior na região sul do país trouxe à tona um novo desafio – envelhecer com qualidade de vida.
Não é segredo que o aumento da idade da mulher está relacionado a alterações hormonais, principalmente o déficit estrogênico, caracterizando o período que chamamos de menopausa. Na verdade, a menopausa é a data da ultima menstruarão da mulher desde que ela esteja sem menstruar há um ano, antes disso, a irregularidade menstrual característica do período pré menopausal chama-se climatério.
Independe de tratar-se do climatério ou menopausa essa fase é caracterizada não só pelo encerramento da vida reprodutiva feminina, mas também por uma série de sintomas e fatores de risco para o aparecimento de doenças graves e, muitas vezes, previníveis.
Estima-se que 50% a 70% das mulheres neste período manifestem sintomas como os famosos calorões ou fogachos, suor noturno irritabilidade, insônia, depressão, ansiedade, mudanças de humor, perda de memória, incontinência urinária, infecção urinária de repetição, diminuição da libido, ressecamento da pele, olhos e mucosas incluindo a vaginal, dores articulares, dor de cabeça, entre outros.
Como se não bastasse, a deficiência hormonal aumenta o risco de doenças cardiovasculares como, por exemplo, o infarto, o acidente vascular cerebral ( AVC).
A avaliação do ginecologista e fundamental para o diagnóstico e manejo adequado da mulher. O tratamento medicamentoso tem suas indicações precisas e algumas contraindicações.
É importante ressaltar que a mulher pode contribuir para uma melhor qualidade de vida nessa fase. Os estudos mostram benefícios quase milagrosos dos hábitos de vida saudáveis incluindo a atividade física com aumento da longevidade e menor taxa de mortalidade e morbidade. Assim, o exercício físico regular é utilizado como abordagem não farmacológica na prevenção e/ou no tratamento de diversas doenças, como a hipertensão arterial, o diabetes mellitus, as dislipidemias e a disfunção erétil comuns ao diagnóstico de menopausa.
Uma alimentação balanceada com nutricionista especializado preferencialmente com diminuição do açúcar e rica em ômega 3, grãos, frutas e verduras é fundamental para a saúde física e mental.
A demência senil, a doença de Alzheimer e o Parkison podem ter pouca melhora com a reposição hormonal ou outras medicações. A cognição e a memória afetam as relações interpessoais e provocam um grande isolamento social da mulher neste período por isso, uma reabilitação cognitiva parece somar nesse tratamento. Ainda sim, exercitar o cérebro com atividades mentais tais como palavras cruzadas, quebra-cabeças, pinturas, bordados, costura ou tocando um instrumento musical comprovadamente melhoram a relação da mulher com suas habilidades prejudicadas.
O tratamento para menopausa é indicado para mulheres que manifestam sintomas muito intensos que comprometem sua vida profissional, familiar e afetiva ele pode e deve ser multidisciplinar e a mulher tem papel fundamental não só na prevenção, mas também na melhora dos sintomas.